A criação de um programa de integridade não é, por si só, suficiente para transformar a cultura de uma organização pública. É necessário que haja liderança ativa e exemplo visível. O RGPC sublinha que os dirigentes de topo e intermédios devem estar diretamente envolvidos nos processos de formação e comunicação para a integridade.
Mais do que apoiantes à distância, os dirigentes devem ser protagonistas da ética organizacional, orientando as suas equipas não apenas com base na norma, mas também pelo exemplo.
PORQUE OS DIRIGENTES SÃO PEÇAS-CHAVE NOS PROGRAMAS DE INTEGRIDADE?
A integridade institucional começa pela coerência entre o discurso e a prática. Quando os dirigentes participam ativamente nas ações de formação, comunicando com clareza os valores do Código de Conduta, e adotam comportamentos alinhados com os instrumentos de prevenção de riscos criam um ambiente onde a ética é valorizada de forma genuína e quotidiana.
Os dirigentes são os principais multiplicadores da cultura de integridade. Quando estão comprometidos, conseguem envolver os colaboradores nas iniciativas de prevenção, esclarecer dúvidas e interpretar os instrumentos de forma contextualizada, assim como resolver dilemas com base nos princípios definidos pela organização.
A participação dos dirigentes na formação e comunicação permite integrar os valores e deveres do Código de Conduta nas rotinas operacionais; monitorizar o cumprimento do Plano de Prevenção de Riscos (PPRCIC); e promover o uso adequado do Canal de Denúncia Interna.
Este envolvimento contribui para que os instrumentos deixem de ser meros documentos formais e passem a ser ferramentas vivas de gestão e prevenção.
COMO OS DIRIGENTES DEVEM PARTICIPAR NOS PROGRAMAS DE INTEGRIDADE?
1. Dinamizando ações formativas internas
Sempre que possível, os dirigentes devem assumir funções formativas, partilhando a sua visão e experiências com as equipas. Isso reforça a legitimidade e a relevância da formação.
2. Comunicando os instrumentos de forma estratégica
Os dirigentes devem ser atores centrais na comunicação interna dos instrumentos de integridade, usando linguagem acessível e adaptada à realidade funcional das equipas.
3. Participando no levantamento de necessidades formativas
Como conhecem de perto os desafios das suas áreas, os dirigentes são fundamentais para identificar temas prioritários, ajustando a formação à prática diária.
RESULTADOS ESPERADOS DO ENVOLVIMENTO DA LIDERANÇA
- Maior adesão dos colaboradores aos programas de integridade;
- Melhor compreensão e aplicação prática dos instrumentos do RGPC;
- Redução de riscos éticos e comportamentais;
- Fortalecimento da confiança interna e externa na organização.
CONCLUSÃO
O envolvimento dos dirigentes nos programas de integridade não é apenas recomendável – é essencial. Quando assumem um papel ativo na formação, comunicação e gestão ética, os líderes tornam-se agentes de transformação cultural dentro das organizações públicas.
O RGPC deixa claro que a integridade não se impõe por decreto – ela é construída com participação, exemplo e responsabilidade partilhada.