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APRENDIZAGEM E EVOLUÇÃO NO DORA: COMO AS ENTIDADES FINANCEIRAS DEVEM FORTALECER A RESILIÊNCIA TIC CONTINUAMENTE

O DORA exige que entidades financeiras implementem processos contínuos de aprendizagem e evolução em cibersegurança e gestão de riscos TIC. Descubra como aplicar avaliações pós-incidente, formação e inovação tecnológica.

A verdadeira resiliência digital vai além da preparação: exige aprendizagem constante, adaptação a novas ameaças e melhoria contínua. O Regulamento DORA impõe que as entidades financeiras cultivem uma cultura de evolução organizacional, com base em lições aprendidas e análise sistemática de incidentes TIC.

Neste artigo, exploramos como o DORA estrutura essa dimensão de aprendizagem e evolução, os mecanismos obrigatórios de avaliação pós-incidente e como desenvolver uma cibercomunidade proativa e informada.

APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DO DORA

O DORA exige que as entidades financeiras disponham de capacidades técnicas e humanas para:

  1. Recolher e analisar informações sobre ciberameaças, vulnerabilidades e incidentes TIC;
  2. Realizar avaliações pós-incidente sempre que ocorra um incidente severo;
  3. Rever e melhorar continuamente o seu quadro de gestão do risco associado às TIC.

Estas práticas não são opcionais: fazem parte integrante da estratégia de resiliência operacional digital.

AVALIAÇÕES PÓS-INCIDENTE TIC: COMO DEVEM SER CONDUZIDAS?

Após qualquer incidente TIC de caráter severo, a entidade deve realizar uma análise completa, que inclua:

  1. Causas da perturbação: para identificar falhas técnicas, humanas ou processuais;
  2. Avaliação da resposta: destinada a verificar se os procedimentos foram seguidos, medir a prontidão e eficácia da reação interna e avaliar a qualidade da análise forense (quando aplicável);
  3. Comunicação e coordenação: avaliar a fluidez da comunicação interna e examinar o nível de informação transmitido externamente.

As entidades que não sejam microempresas devem também comunicar às autoridades competentes as alterações implementadas com base nas avaliações pós-incidente.

INTEGRAÇÃO DAS LIÇÕES APRENDIDAS

Todos os ensinamentos devem ser incorporados no processo de avaliação de risco TIC, usados para ajustar a estratégia de resiliência operacional digital e aproveitados para rever e melhorar os planos de continuidade, procedimentos de resposta e políticas de segurança TIC.

A evolução das ameaças e o comportamento dos cibercriminosos tornam essa integração contínua uma prioridade estratégica.

MONITORIZAÇÃO DA EVOLUÇÃO DO RISCO TIC

As entidades financeiras devem realizar:

  • Levantamento contínuo da evolução dos riscos;
  • Análise de tendências, padrões e frequência de incidentes TIC;
  • Avaliação do impacto nas funções críticas ou importantes.

Os quadros superiores responsáveis pelas TIC devem apresentar, pelo menos uma vez por ano, relatórios ao órgão de gestão, com resultados e recomendações.

FORMAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO OBRIGATÓRIA

A cultura de aprendizagem inclui a capacitação de todos os níveis hierárquicos, através de:

  1. Formação obrigatória para todo o pessoal, incluindo direção de topo;
  2. Conteúdo adaptado à função e nível de responsabilidade;
  3. Inclusão de terceiros prestadores de serviços TIC, quando necessário

Esses programas visam desenvolver a consciência de ciberameaças, a capacidade de resposta a incidentes e a compreensão do impacto dos riscos TIC nas operações.

INOVAÇÃO E VIGILÂNCIA TECNOLÓGICA

Para combater ameaças emergentes, o DORA exige que as entidades:

  • Monitorizem os desenvolvimentos tecnológicos relevantes;
  • Avaliem o impacto de novas tecnologias na segurança TIC;
  • Atualizem práticas de gestão de risco TIC com base em tendências de cibersegurança.

Trata-se de um compromisso com a inovação responsável e a preparação contínua.

CONCLUSÃO

A aprendizagem contínua e a evolução constante são elementos centrais do Regulamento DORA.

As entidades financeiras que internalizarem esse princípio terão vantagem competitiva e regulatória, assegurando maior resiliência frente a ciberataques, maior conformidade e confiança perante supervisores, fortalecendo uma cultura institucional preparada para o futuro digital.

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