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FORMAÇÃO EM INTEGRIDADE: AS 3 COMPONENTES-CHAVE PARA UMA CULTURA ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES

Conheça as três componentes essenciais da formação em integridade: comportamento, norma e prática.

Promover uma verdadeira cultura de integridade nas organizações não depende apenas de regulamentos ou códigos formais. É necessário capacitar as pessoas para agir com ética, compreender as normas e refletir sobre situações reais. É por isso que o RGPC define três componentes essenciais a integrar em qualquer programa de formação para a integridade: comportamental, normativa e prática.

Neste artigo, explicamos cada uma dessas componentes e como devem ser aplicadas na formação interna.

PORQUE A FORMAÇÃO EM INTEGRIDADE EXIGE UMA ABORDAGEM TRIPLA?

A formação deve ir além da simples exposição teórica. Para ser eficaz, precisa de envolver o indivíduo, reforçar o enquadramento normativo e simular situações reais, de modo a:

  1. Promover o autoconhecimento e responsabilidade pessoal;
  1. Reforçar o entendimento das obrigações legais e funcionais;
  2. Capacitar para a tomada de decisão ética em contextos concretos.

COMPONENTE 1: COMPORTAMENTO — A BASE INDIVIDUAL DA INTEGRIDADE

Esta parte da formação, que pode ocupar cerca de 25% do tempo, trata da dimensão humana da integridade. Parte do reconhecimento de que:

  1. Existem sempre pessoas com diferentes níveis de consciência ética;
  1. Os conflitos de interesses, subornos ou incumprimentos são muitas vezes fruto de decisões pessoais incorretas;
  2. O comportamento individual é central na prevenção de riscos.

O objetivo desta componente é sensibilizar os formandos para o seu papel enquanto agentes éticos dentro da organização, promovendo a autorreflexão e o compromisso com os valores institucionais.

COMPONENTE 2: NORMA — CONHECER PARA CUMPRIR

Também com um peso de cerca de 25% do tempo da sessão formativa, esta componente visa a revisitação dos normativos aplicáveis e dos conteúdos dos instrumentos essenciais:

  1. Código de Conduta: valores éticos e condutas esperadas;
  2. Plano de Prevenção de Riscos (PPRCIC): medidas de cuidado específicas por área funcional;
  3. Canal de Denúncia Interna: como sinalizar ocorrências e proteger a organização.

O objetivo desta componente consiste em garantir que os participantes compreendem as regras em vigor e o seu enquadramento legal, sabendo como aplicá-las nas suas funções.

COMPONENTE 3: PRÁTICA — DINÂMICAS E DILEMAS ÉTICOS

A parte prática da formação é a mais valorizada (cerca de 50% do tempo) e envolve trabalho em grupo, análise de dilemas e debate de casos reais ou hipotéticos.

Esta dimensão prática deve ser feita da seguinte forma:

  1. Divisão em pequenos grupos (3 a 5 participantes) para análise de situações concretas;
  2. Partilha dos resultados em plenário, promovendo o debate argumentativo entre todos os participantes.

A finalidade desta componente reside em permitir que os formandos exercitem a tomada de decisão ética em cenários realistas, ganhem confiança para atuar com integridade e consolidem o seu papel na cultura organizacional.

COMO APLICAR ESTAS TRÊS COMPONENTES NA PRÁTICA?

  • Planear sessões com tempo proporcional para cada componente;
  •  Selecionar conteúdos adequados ao perfil funcional e hierárquico dos participantes;
  •  Dinamizar internamente com apoio da liderança, sempre que possível;
  • Complementar com apoio externo especializado, se necessário, sobretudo para análises comportamentais e dilemas éticos.

CONCLUSÃO

A formação em integridade é uma ferramenta essencial de prevenção e valorização institucional. Para ser eficaz, ela deve estar estruturada com base em três componentes-chave complementares: o comportamento ético individual, o conhecimento das normas e a capacidade de aplicar esses princípios em situações concretas.

Implementar estas três dimensões permite às organizações fortalecer a sua cultura ética, prevenir riscos e promover um verdadeiro compromisso com a integridade.

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